sexta-feira, 6 de abril de 2007

A crítica como uma ferramenta para a evolução

Participo ativamente de uma comunidade do Orkut onde sempre procuro colocar meus pensamentos para os amigos de lá também. Em um dos tópicos, uma pessoa levantou um tema que julguei muito interessante e pretendo discorrer sobre ele aqui e agora - a crítica.

A crítica é difícil de ser aceitada, principalmente quando somos pessoas orgulhosas e intransigentes. Se alguém nos critica, sendo a crítica construtiva ou não, haverá sempre uma razão para tal, ninguém critica outra pessoa sem fundamento ou sem ter uma razão. Havendo uma crítica a nosso respeito, temos que colocar as "sandálias da humildade", lançar um olhar introspectivo e ver o motivo gerador da crítica procurando melhorarmos nossas possíveis falhas.

Quando criticados, principalmente por pessoas que não nos são simpáticas, tendemos a ignorar e continuar no erro tornando-nos pessoas orgulhosas e intransigentes. Isso se dá pela falta de humildade e falta de amor que nosso Senhor Jesus apregoou para nós há alguns milenios, "batendo em uma de suas faces, vire-lhe a outra". Não basta falarmos dos feitos de Cristo, temos que pô-los em prática.

Também temos a crítica que nos são feitas por pessoas que amamos. Amigos, colegas de trabalho, parentes. Essas críticas tendemos, normalmente, a avaliar visto que temos a preocupação de sermos agradáveis a estas pessoas. Mas como disse Jesus: "devemos amar nossos inimigos". Essa é a chave da evolução, uma instrução para a lei do progresso. Isso nos fará diferente da maioria das pessoas que não buscam o reino dos céus.

Em contrapartida há um outro lado do prisma que deve ser abordado. Nem sempre somos criticados, também criticamos - e muito! Pessoalmente, essa é a minha melhor estratégia de evolução. No âmbito psicológico, todas as críticas que fazemos a outra pessoa, há uma grande probabilidade de estarmos apontando no outro o reflexo de nossas atitudes e/ou personalidade. Agora é a parte mais difícil, usar da sua própria crítica para ajudar a você mesmo. Como diz a Palavra de Deus: "Como podes tirar o argueiro do olho do teu irmão se no teu tem uma trave?".

Não quero dizer que nunca devemos criticar outra pessoa, pelo contrário, devemos lançar criticar com uma boa dose de entendimento pois estaremos ajudando-as a evoluir também. Mas antes de fazê-lo, avaliemos, olhemos para o nosso mais profundo Ser e constate não sermos alvo de nossa própria crítica inconscientemente.

Nascer, crescer, morrer, renascer ainda e progredir sempre.

Que Deus ilumine nosso entendimento.

Um comentário:

  1. Costumamos ver e nos incomodar com o outro, naquilo que há em em nós mesmos. O que não conhecemos, não enxergamos.

    Críticas sempre são construtivas, mesmo que a intenção de quem critica seja outra, SE SOUBERMOS não nos envolver com o sentimento da crítica, mas usá-la como estopim de auto-análise e renovação.

    Dói porque somos orgulhosos e não aceitamos ser criticados por nos sentirmos ofendidos em nosso "alto" valor.

    Mas aquele que aceita as críticas e as utiliza para rever-se, faz bem negócio e acaba naturalmente crescendo e merecendo menos críticas, por usá-las em seu benefício.

    Aliás, como espírita, cito aqui um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo:

    "19. Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?

    Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. - S. Luís. (Paris, 1860.)

    20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?

    Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? - S. Luís. (Paris, 1860.)

    21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

    É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se toma apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. - São Luís. (Paris, 1860.)"

    Abraços amigo Ramon!

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