Para quem leu os demais artigos que escrevemos a respeito da Mediunidade, é provável que esteja se perguntando hoje como poderia aproveitar esta mediunidade que possui. E este será o objetivo deste artigo, tentar trazer, de maneira sucinta, não com o objetivo de encerrar, mas de dar início, a um ciclo de estudo sistemático e longo sobre a mediunidade.
Nós falamos em um artigo anterior, sobre Planejamento Reencarnatório. E naturalmente, falamos sobre as condições que por vezes escolhemos reencarnar, para "quitar débitos" do passado. É natural Espíritos pouco esclarecidos acharem que o mal se paga com o mal, o que é um equívoco muito grande. No sentido de que, se o mal que eu faço e compreendo depois que fiz algo de errado no plano espiritual, devo, necessariamente sofrer o mesmo mal que fiz outro Espírito sofrer num passado. E aí é que entra um grande equívoco.
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas 11:11-13)
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas 11:11-13)
Faço-me valer do versículo acima para demonstrar que a bondade e compreensão de Deus não pode ser comparada com a nossa. Nossa lógica, nosso raciocínio e até nossos sentimentos estão muito distantes do Divino. Com esse versículo, poderíamos avançar sobre diversos aspectos da Doutrina Espírita, mas nos deteremos no aspecto das escolhas das provas, levando em consideração o que já colocamos aqui, que a nossa razão e nosso sentimento, estão muito distantes do que é o nosso Pai celestial.
Assim como nas leis terrestres, existem agravantes e atenuantes. A justiça não irá condenar uma pessoa doente mental, por exemplo, a dividir uma cela com uma série de criminosos que não são necessariamente doentes. Aquele irá ser direcionado para um centro específico, uma prisão psiquiátrica, talvez. E neste ponto fazemos a primeira comparação com o versículo citado acima. Sendo nós falhos, inconstantes, sabemos (às vezes) fazer as coisas mais sensatas, imagina o Pai celeste!
Em todo o julgamento, levamos sempre em consideração os atenuantes e os agravantes, além da condição de quem está sendo julgado. Unindo-se todos os pontos necessários, é feito um julgamento do que é a melhor coisa a se acontecer com quem recebe o julgamento. Às vezes, o julgamento pode culminar em um trabalho comunitário por um determinado tempo. Você vai entender onde eu quero chegar...
No plano Espiritual, com a mente mais aberta às coisas da Vida, cientes das necessidades de provas e expiações que teremos que passar, podemos escolher para nós fardos mais pesados do que aqueles que podemos carregar. Aí entram os nossos amigos espirituais, que já possuem alguma experiência no assunto e nos diz que será até possível reencarnarmos com todos os problemas que nós escolhermos, tanto problemas físicos, quanto sociais, porém, seria muito difícil, e a probabilidade de sucumbirmos seria grande. E neste caso, nos propõe o "serviço comunitário" através da mediunidade responsável. Como? Ele pode nos dizer que uma opção é reencarnarmos com um corpo saudável, em uma condição suficiente para manter uma vida simples, porém com o "dom" da mediunidade. E nos coloca, por exemplo, dentro de um Centro Espírita, onde teremos a honra de praticar a mediunidade com o objetivo de ajudar os Espíritos desencarnados a entrarem em contato com o plano material, ensejando o trabalho não só ao médium, mas ao esclarecedor (ou doutrinador, ou dialogador) que poderá ajudá-lo através de uma conversa fraterna, ao coordenador da reunião mediúnica, à casa espírita e a todos os envolvidos.
Neste ínterim o médium viveu por alguns minutos a vida do espírito comunicante. Sentiu seu pesar, suas dores, suas angústias. E se, apenas se, as dores e angústias que os Espíritos transmitem pelos fluídos que dispensam durante a comunicação, não são exatamente as dores que nós fizemos outros sofrerem nessa e noutras vidas? Não seria essa uma forma de compreender o sofrimento do outro? É uma benção! Com uma pequena diferença, com a mediunidade equilibrada, voltaremos ao nosso estado normal, sem qualquer prejuízo psíquico, e conseguiremos em outras reuniões, executar o mesmo trabalho.
Então, para responder a pergunta que dá título ao nosso artigo, como podemos aproveitar nossa mediunidade? A resposta é Trabalhando no Bem!
Em vez de perguntar por que sou médium? Pergunte-se: pra quê sou médium? E tente, vasculhando os recônditos do teu ser, responder a esta pergunta! Certamente você vai chegar a uma resposta satisfatória.
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Aproveitando o clima que estamos, espero que gostem desta palestra cujo tema é Mediunidade com Jesus.
Ramon, seu artigo é muito importante, porque além da mediunidade ostensiva, existe a mediunidade mais ampla e que cada dia mais ganha ressonância na vida. Esta relação entre os universos físico e espiritual, que se dá através da inspiração, da intuição... E mesmo a mediunidade ostensiva, que acontece fora dos limites e da orientação das casas espíritas e das outras bem intencionadas casas e doutrinas, precisa realmente estar direcionada para o bem, para Jesus. Por isso divulgar estes temas, levá-los as pessoas é contribuir para o processo de renovação do mundo.
ResponderExcluirAbraço!!
Cláudio Lessa