“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na
verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Jesus)”
Mateus 26:41
Mateus 26:41
O argumento de que a “carne é fraca” é bastante utilizado pelos
nossos irmãos de jornada, que não querem investir esforços para domar suas más tendências,
isso é um fato. Valem-se das próprias palavras de Jesus como se isso os
justificasse perante suas consciências, deixando-os cada vez mais comprometidos
com seus atos, que, cedo ou tarde, prestarão contas no tribunal de suas consciências.
Não é para falar deste gênero de comportamento que nos
propusemos a escrever, pelo contrário, é para tentar entender o que Jesus quis
dizer com tais palavras, tão reais e atuais, que muitas vezes encaixam como
luva para nós mesmos, que muitas vezes buscando nossa espiritualidade e
conhecimento interior, caímos, sem qualquer resistência, nas paragens das más
inclinações que nos acompanham.
Importante é ressaltar que Deus nos criou Espíritos, destinados
à Imortalidade. Dentro de seus desígnios, que já nos é dado conhecer,
trouxe-nos a possibilidade de evoluirmos, diante da Lei das Vidas sucessivas –
reencarnação. Para muitos já não é novidade que através da reencarnação iremos depurando-nos,
aprendendo cada vez mais as grandes lições da vida, além de possibilitar-nos a
grande oportunidade de repararmos, devido aos nossos atos equivocados, as
falhas que havemos cometido nessa ou noutra jornada rumo à perfeição.
Nossa experiência vai aumentando, tanto positivas quanto
negativas, e a cada vez que retornarmos ao corpo, suas reminiscências ficarão
muito presentes na nossa consciência (ou inconsciência), ditando-nos
determinados comportamentos, que podem ser bons ou ruins, dependendo da força
da impressão com que os comportamentos tenham se firmado em nossa consciência.
Naturalmente, num mundo de provas e expiações, estamos
fadados a enfrentar todas as adversidades possíveis, são verdadeiros testes que
nos colocarão à prova, para saber se aprendemos ou não a lição. Às vezes aprendemos
e passamos por cima, outras vezes falhamos. Seja porque ainda precisamos de
mais “treinamento”, seja porque devemos nos conhecer mais para não nos
deixarmos influenciar pelas ideias exteriores.
Para
ilustrarmos, vamos citar uma situação hipotética onde nós tenhamos tido uma difícil
experiência recorrente de várias vidas em relação à sexualidade mal aplicada (assunto
mais comum para justificar que a carne é fraca). Estas tendências ficarão bem gravadas
na nossa consciência. Ao reencarnamos, deparando-nos com situações onde nos
provamos neste campo, nossas inclinações aflorarão às vezes tão fortes, que não
conseguiremos resistir e, fatalmente, somando mais um item para a reparação das
nossas dificuldades...
Podemos
dizer que a carne é fraca? Vejamos...
Quando estamos nos preparando para reencarnar, nós realizamos diversos “treinamentos”
para nos ajudar no enfrentamento das dificuldades enquanto encarnado nos campos
em que somos frágeis. Ao reencarnarmos, temos bastante medo, porque sabemos que
a privação dos sentidos em decorrência da bruteza da carne (e inferioridade do Espírito)
fará com que nós tenhamos apenas lampejos do que nós precisamos superar, ou
apenas as intuições dos nossos amigos espirituais nos guiando pelo caminho que
está no nosso planejamento. Embora essas intuições são muitas vezes negligenciadas
por estarmos tão materializados...
O
espírito em si, está pronto, preparado para enfrentar as durezas das provas e
expiações. Talvez se sinta impelido a determinadas ações devido às vibrações
que lhes são familiares, mas pela força da sua vontade, precisará suplantar
suas más inclinações. Muitas vezes, ajudado pelo contexto social, pelos fatores
externos (espirituais e materiais) e pelos próprios hormônios que servirão de propulsão
a praticar o ato que se propôs a não praticar, acabará sucumbindo,
somando mais um ponto à coluna de débitos na sua ficha de créditos e débitos, a
ser reparado nas suas experiências...
Onde
a carne é fraca, então? Ela é fraca desde o momento que não nos permite estar
em contato mais íntimo com a espiritualidade, distinguindo vibrações boas das
ruins para nos protegermos com mais facilidade, somado aos fatores químicos e
biológicos que nos impelirão a satisfazer as nossas más inclinações.
Por
isso, devemos nos sentir culpados? Pecadores sem solução? Vejamos...
Simão
Pedro, o apóstolo amado de Jesus, já consciente de suas grandes
responsabilidades traçadas no plano espiritual, seguiu Jesus e foi um ardoroso
divulgador da boa nova. Tinha seus méritos espirituais. Tinha grande
envergadura espiritual para acompanhar o mestre, mas, quando questionado se era
seguidor de Jesus, o negou três vezes.
Tomé,
quando viu a materialização de Jesus, junto dos demais discípulos, não
acreditou, e manifestando sua incredulidade, foi necessário Jesus pedir que o
tocasse para constatar a Verdade.
Judas
Iscariotes, apóstolo de Jesus, na ânsia de ver o Reino de Deus implantado na
Terra, entregou Jesus, seguidamente suicidou-se.
No
episódio da crucificação, quase todos sumiram!
O
próprio Saulo de Tarso, posteriormente conhecido por Paulo de Tarso, até se
encontrar com Jesus às portas de Damasco, não conseguia sair do condicionamento
em que foi criado, de caçar cristãos e matá-los. No entanto, sem ele, talvez o Evangelho não tivesse tomado proporções tão grandes como tomou, em diversas partes do mundo.
***
Depois
de tantos relatos, não só no Evangelho, mas em outras literaturas sobre
espíritos de escol que se responsabilizaram em vir a Terra em missão sublime e sucumbiram,
não nos devemos sentir tão fracos e tão mesquinhos, como muitas vezes sentimos.
O fardo do corpo físico nos impõe limitações que inibem nossas percepções
espirituais. A influência das sombras (externas e internas) tem papel
importante nestas ocasiões.
O
que nos difere dos discípulos, é que eles não ficaram presos na culpa.
Perdoaram-se e continuaram suas jornadas.
***
Jesus,
no entanto, não espera que sejamos perfeitos para começarmos a trabalhar na sua
obra. Mesmo os seus discípulos enfrentaram as suas dificuldades, mas após
encontrarem em si mesmo a força que os levariam a Deus, lançaram mão ao arado e
não olharam para trás. Continuaram, sem culpa, sem ressentimentos, resgatando
seus débitos e não mais pecando.
Estamos
sujeitos às diversas influências de ordem física e espiritual, mas Deus nos
concedeu nosso querido irmão Jesus para nos ensinar que devemos orar e vigiar,
porque no mundo teríamos aflição, mas que tenhamos fé, pois Ele venceu o mundo.
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