sábado, 14 de agosto de 2010

IBGE - Censo 2010 - Espíritas ou Kardecistas?

Rolou pela Internet (e fora dela) um burburinho sobre a questão do credo religioso que aparecerá nas pesquisas do CENSO 2010 realizadas pelo IBGE. Fala-se por aí que quem responder Espírita na pesquisa, não será enquadrado como Espírita, mas como Umbandista ou Candomblecista, apesar de o termo estar tomado errado, tanto pelos religiosos das correntes citadas, quanto pelo IBGE.

Fato é que o IBGE papou mosca na hora de definir a terminologia correta para identificar os que professam a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. Penso até que foi mesmo proposital, porque muitas outras religiões, além de alguns exotéricos, autodenominam-se Espíritas sem de fato o serem, apenas acreditados que se pensam como nós acerca da reencarnação e da comunicação mediúnica, têm o direito de classificarem-se Espíritas, o que está errado.

Como o objetivo aqui não é ficar preso às terminologias, nem fazer juízo se devem ou não usar a terminologia, o ideal é que todos os Espiritistas saibam que na hora de responderem à pergunta sobre a sua religião, respondam Kardecista, embora este termo esteja genuinamente errado. A idéia não é assumirmos tal terminologia, mas apenas que contribuamos para a contagem correta a respeito dos Espíritas no Brasil.

É imprescindível afirmar que o termo Kardecista, embora equivocado, é amplamente utilizado pelo próprio Movimento Espírita. É imperioso instruir a todos os Espíritas que não leram a introdução de O Livro dos Espíritos, onde Kardec discorre sobre os neologismos introduzidos por ele, de forma a dar uma explicação bastante completa do que significa Espiritismo.

Eu já havia escrito sobre essa confusão de terminologia há algum tempo, e aos que querem entender o que são exatamente o termo Espiritismo e Kardecismo, recomendo a leitura do artigo Espiritismo, Kardecismo ou Espiritualismo?

Então, não esqueçam, embora esteja errado, respondam Kardecistas no CENSO do IBGE.

UPDATE:
Depois do comentário da nossa leitora Natasha, fui ao site da FEB e estava lá estampado um banner que nos orienta, com mais detalhes, sobre a forma de resposta que devemos utilizar no CENSO. Corroborando o que nossa colaboradora Natasha informou, o código 610 compreende uma série de terminologias, tais como: Espírita, Kardecista, Cardecista, Centro Espírita, Federação Espírita Brasileira, etc. Para mais informações, cliquem aqui.

Obrigado Natasha, pela informação!

Peace!

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Antes só do que mal acompanhar...

Nas reuniões públicas que freqüento no Centro Espírita Seara Fraterna, tem um expositor amigo meu, que sempre, em suas palestras que tocam o assunto relacionamento a dois, faz uma indagação à audiência, falando capciosamente, antes só... e ouve-se em uníssono todos dizerem ...do que mal acompanhado. E é curioso, porque é uma frase que já está tão intrínseca na mente das pessoas, que nunca paramos para analisar a gravidade de tal afirmação e ele sempre mostra uma nova perspectiva dizendo que antes só do que melhor acompanhar.

Atualmente, vivemos um momento em que a filosofia Socrática está em voga, ou seja, muitos estão de fato interessados em conhecerem a si mesmos, fazendo jus à afirmativa imperiosa que Sócrates leu no Oráculo de Delfos no que dizia “Homem Conhece-te a ti mesmo”. Hoje, normalmente as pessoas já não são tão egoístas quanto eram há alguns séculos, onde se não gostássemos de alguém, simplesmente relegávamos ao nada, desprezávamos e não dávamos nossa atenção, como faziam os antigos, que, por exemplo, não gostando mais de suas mulheres, abriam mão delas para se relacionarem com outras.

Atualmente, muitos livros, religiões e filosofias estão induzindo o ser humano a olharem para dentro de si. É muito forte essa nova onda que vem tocando as pessoas no que tange ao melhoramento de si próprio. Coisa que antes pairava somente no domínio das religiões e filosofia, está se vulgarizando, fazendo o ser humano enxergar a importância de se autoconhecerem.

Então, analisando a frase, antes só do que mal acompanhado, a gente pode refletir sobre se não somos nós, que muitas vezes somos a má companhia de outrem. Será que não somos nós que estamos tão arraigados nos nossos sentimentos orgulhosos e egoístas, que queremos que o mundo todo se adapte a nós?

Então, antes de proferir essa frase, pense bem se não é melhor estar só do que mal acompanhar.