sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mediunidade: Mas por que sou médium?

Continuamos nossa série de artigos sobre a mediunidade. Vimos uma pequena introdução ao tema e outra pequena dissertação de como se dá o processo mediúnico. Certo é que você, que experiencia tais fenômenos, muitas vezes perturbadores, pode se perguntar o porquê de você ser assim. Às vezes, em momentos de aflições você pode chegar até a questionar Deus. Mas não se desespere, quando desconhecemos certas coisas, tendemos a dar tamanho aos "problemas" maior do que eles realmente o têm.

Valendo-nos da Codificação Espírita, podemos dizer que nós reencarnamos médiuns, não porque Deus nos dá castigo, no ponto de vista de uns, ou um dom, no ponto de vista de outros. Somos médiuns porque nós pedimos... Sim! Nós solicitamos vir com esta faculdade a fim de, ou nos retratarmos de erros do passado, na maioria das vezes ou, outras (raras) vezes, nós renascemos com essa faculdade com uma missão.

Assumindo a primeira hipótese, já que a segunda se dá de maneira mais rara, precisamos começar a analisar o porquê de termos pedido a mediunidade para uma reencarnação. Qual seria o ganho para mim? Onde eu poderia melhorar-me e, de alguma maneira, ajudar o próximo com minha faculdade?

Sessão Mediúnica
Aos que trabalham em mesas mediúnicas em casas espíritas, por exemplo, recebemos notícias de que a mediunidade não foi só boa apenas para ajudar o próximo, mas possibilitou, mais do que qualquer coisa, o conhecimento e melhoramento de si mesmo. Possibilitou o reconhecimento de fraquezas, trabalho dos sentimentos, que muitas vezes podem estar bastantes endurecidos. A necessidade da mediunidade no ser humano, que dela usufrui, é para trabalhar o amor ao próximo. E como não se pode amar o próximo sem amar-se, é preciso uma profunda perscrutação no íntimo. Reconhecer suas fraquezas no trato com as fraquezas do próximo, seja ele encarnado ou desencarnado, e servir, servir e servir em prol da causa Crística de amar até mesmo os nossos inimigos.

A mediunidade provê excelente ferramenta para aquele que deseja se melhorar de forma segura, eficiente e eficaz. É uma ferramenta de caridade. Temos os diversos exemplos do convívio comum, mas também nas esferas missionárias, como podemos ver em médiuns como Divaldo Franco, Chico Xavier e outros, muito conhecidos no meio Espírita. Não é comum ver pessoas, mesmo que anônimas, carregando tamanha responsabilidade, por isso, aos que usufruem da mediunidade, devem ter nesses grandes nomes, não santos, mas referências para o bom uso da mediunidade.

A mensagem que deixamos neste artigo é que nada é por acaso. Tudo tem uma razão de ser. A mediunidade não nos foi concedida sem um objetivo. Cabe a cada um de nós, que dela somos portadores, fazer uma análise muito profunda de quem somos, do que esperamos da vida e onde queremos chegar, e aí utilizar a mediunidade como uma ferramenta para ajudar nessa trajetória.

Não é fácil, exige muita abnegação, tenacidade e resiliência. Mudanças de hábitos, que talvez muitos não têm coragem de mudá-los, mas a cada um será dado segundo as suas obras. Certo é que a melhor forma de usufruir da faculdade mediúnica é trabalhando no bem.

Para saber mais:

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mediunidade: Como se dá a comunicação?

Comunicação Mediúnica
Antes de compreendermos como se dá a comunicação, primeiramente é imprescindível compreender que a morte não encerra a vida do Espírito. A consciência existe desde antes da vida física e também após a mesma. Toda a bagagem de conhecimentos, talentos naturais e predisposições que possuímos, que pode ser observados desde tenra idade, são, na verdade, a manifestações próprias do Espírito, que, ao mergulhar novamente no palco da vida física, se mostram através do convívio com os demais parceiros de encarnação.

Da mesma forma que trazemos nossos vícios e virtudes, nós levamos tudo o que nós aprendemos durante uma encarnação. Uma vez adquirida a paciência, por exemplo, essa paciência, ao regressar ao plano espiritual, e até mesmo a uma próxima encarnação, se manifestará - virtude essa conquistada com o próprio esforço nessa e noutras vidas. Desencarnando, portanto, o Espírito não se torna um "santo" tampouco um "demônio". Seus vícios e virtudes o acompanham, até que, com esforço próprio, realize uma reforma íntima, eliminando as sombras que abrigam seus vícios, tornando-se, depois de várias encarnações e provações, um Espírito de Luz, ou, como se conhece no popular, um anjo.

Sabendo que nós Espíritos, mesmo desencarnados, partilhamos do convívio dos encarnados, da mesma forma que se dá a transmissão de pensamentos entre encarnados, também ocorre de desencarnado para o encarnado. Essa transmissão de pensamentos, que se dá mente-a-mente, pode ser percebida ou não, dependendo do grau de sensibilidade da pessoa que o recebe. O pensamento é energia, que trafega pelo Fluído Cósmico Universal e, por estarmos mergulhados neste fluído, quando sintonizados com a vibração deste pensamento, podemos captá-lo. O fluído cósmico universal é para o pensamento assim como o ar é para o som.

Os médiuns, porém, por terem seu organismo mais sensibilizado para captura de vibrações do fluído cósmico universal, conseguem, por sua vez, entrar em contato com os emissores destes pensamentos, estabelecendo, muitas vezes, um diálogo mental. Essa é uma das formas de mediunidade mais comuns, apesar de nem todos serem aptos de percebê-la como tal. A intuição e a inspiração, muitas vezes se dá desta maneira, quando um Espírito, movido por sua própria vontade, emite uma "mensagem mental" para o receptor, que o capta, e quase sempre acredita ter sido sua própria ideia. Tais "mensagens mentais" podem ser boas ou más, dependendo da faixa vibratória em que o receptor esteja. Esta faixa vibratória se dá de acordo com a natureza de seus pensamentos. Quanto mais fundamento no Amor, melhores serão as intuições e inspirações recebidas. De maneira inversamente proporcional se dá para os pensamentos negativos.

Além desta mediunidade mais comum (intuição e inspiração), também existem aquelas que, para se ver manifestar, é preciso de um médium - com a mediunidade mais ostensiva que a grande maioria. Outros tipos de mediunidade como a Psicografia, que se tornou bastante popular com a mediunidade de Chico Xavier, a Psicofonia, que pode ser vista quase que frequentemente nas palestras de Divaldo Franco e a Vidência necessitam de uma ligação maior entre o médium e o Espírito comunicante. Para se ter uma explicação de maneira bem simples, podemos dizer que o Espírito que deseja se comunicar, age sobre determinados Centros de Força (Chakras) do médium, abrindo-lhe um canal para que ele possa se utilizar do seu corpo físico para uma interação com o plano material.

Exemplo de uma Reunião Mediúnica
Quando não se está em uma reunião mediúnica, com médiuns preparados para execução de tais fenômenos, pode-se observar no cotidiano, onde pessoas que sofrem perturbações, são alvos fácies para Espíritos desequilibrados, que se utilizam do corpo físico da pessoa, seja para interagir com o plano físico, para simplesmente perturbar o médium, ou para perturbar uma coletividade. É muito comum se observar tais fenômenos em igrejas que praticam o exorcismo, onde Espíritos se manifestam em certos fiéis. Vale lembrar que a Medicina admite que uma consciência, que não a do paciente, pode se manifestar através de um corpo "emprestado", ou seja, mediunidade. 

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Logo, se você passa por algum processo similar, é importante que se lembre que a sintonia em que se encontra é que facultará a comunicação indevida de entidades desencarnadas. O primeiro passo em direção ao seu próprio equilíbrio é a mudança de suas atitudes menos nobres, elevação dos seus pensamentos, dessintonizando-se das energias do Espírito que lhe trás perturbações. Uma ferramenta muito eficaz para tal objetivo é a prece. E não esquecer das palavras do Mestre Jesus-Cristo: "Orai e Vigiai".

Para aprender mais:

sábado, 20 de agosto de 2011

Mediunidade: Introdução


Mediunidade é um termo criado com o advento da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. Este termo nasceu do latim medium, que significa mediador. Termo bastante oportuno para classificar a mediação do mundo invisível, ou plano espiritual, com o mundo visível, ou plano material.

A mediunidade está presente em toda a História da humanidade, e não foi criada ou descoberta apenas com o Espiritismo. Ela está presente nos diversos livros de domínio público, especialmente na Bíblia, onde diversas passagens denotam o intercâmbio entre o Além e o plano material.  Podemos ver diálogos com os ditos anjos e com espíritos de pessoas que já haviam desencarnado.

A mediunidade não é um dom dado por Deus, no sentido de ser algo especial que torna o seu portador algum santo, como crêem algumas doutrinas religiosas.  A mediunidade é uma faculdade orgânica, que possibilita ao seu portador uma sensibilidade capaz de perceber energias que outras pessoas não percebem. Essa percepção pode ser mais ou menos intensa, e pode aflorar em qualquer fase da vida, possibilitando o portador desta faculdade, o intercâmbio com o plano espiritual, fazendo-se mediador entre os dois planos. Para essas pessoas que possuem tal sensibilidade, a Doutrina Espírita os classifica como médiuns. É ensinado pela a Espiritualidade Superior que todos somos médiuns, pois de alguma forma recebemos influência do plano espiritual, porém, para efeitos didáticos, só chamaremos de médium aquele que possui a faculdade de maneira mais ostensiva.

A mediunidade por si só não trás modificações do sujeito que a possui. A mediunidade é neutra. Ela não é boa e também não é ruim. Ela será boa se o médium usá-la de maneira sábia, caridosa e para o bem, e será ruim caso o médium dela faça mau uso. Muitas pessoas, às vezes não amparadas por uma religião ou filosofia que da mediunidade façam uso ou desconheçam, ficam bastante perturbadas com tal faculdade, uma vez quando manifesta, trás conseqüências psicológicas negativas, já que a pessoa não conhece o quese passa consigo própria e também não tem informações de como usá-la. Tenta achar explicações em lugares inoportunos, deixando-a frustrada e até mesmo com medo do fenômeno. Muitas vezes, correntes religiosas que não conhecem a mediunidade, atribuem, inadivertidamente, tais fenômenos ao demônio, receitando práticas ineficientes para o equilíbrio do sujeito.

O que se deve saber é que a mediunidade é algo natural, presente em todas as criaturas, e que nada tem de anormal. Não é manifestação do diabo, não é problema psiquiátrico, como foi tratado por muitos durante muito tempo, e ainda hoje existem médicos levianos que, não conhecendo a causa de tais fenômenos, classificam o médium como louco. Na Idade Média em especial, a história está repleta de fatos que relatam médiuns indo para a fogueira, pois a Igreja acreditava que tais pessoas eram bruxas ou tinham algum pacto com o diabo.

Para aquelas pessoas cuja mediunidade se manifesta, recomenda-se, primeiramente, o estudo do tema, para entender o que se passa - O Livro dos Médiuns é o maior tratado de mediunidade existente na atualidade. É aconselhável a procura de uma Casa Espírita séria, capaz de orientar a pessoa em como proceder com a sua mediunidade,  orientando-o para o burilamento moral e para o bom uso desta faculdade, que é uma excelente oportunidade de aperfeiçoamento e de fazer o bem.