domingo, 29 de julho de 2007

A Fé e a Razão

“Não há fé inabalável senão aquela capaz de enfrentar a razão face a face em qualquer época da humanidade”
(Allan Kardec)


Para alguns não há como unir a razão à fé, para outros o contrário é impossível. Mas eu ouso afirmar que uma não vive sem a outra. E vou tentar convencê-lo(a), por meio da razão, que estou certo.

Quando temos perguntas, submetemos automaticamente as respostas ao crivo da razão. Caso satisfaçam nosso intelecto, aceitaremos, caso contrário rejeitaremos. De acordo com o nosso avanço intelectual, precisaremos de respostas mais avançadas, pois o nosso conhecimento, bem como nossa capacidade de julgar, tornam-se maior.

De acordo com o nosso avanço intelectual aprendemos coisas que aprimoram a nossa razão. Passamos a raciocinar sobre as coisas da vida com mais senso, temos respostas mais sofisticadas às perguntas que antes eram respondidas de forma que o nosso pequeno intelecto pudesse entender. Por exemplo, a reprodução sexual. Dizer que a cegonha trás os bebês para as famílias no seu bico não é, atualmente para nós, racional.

Já ter Fé é acreditar firmemente em algo ou alguém, acreditar que esse algo ou alguém possa satisfazer as suas necessidades. Temos fé em nosso potencial de trabalho, temos fé em nossos pais, em amigos, etc. Sem a fé não teríamos em quê nos firmar, não teríamos em quem acreditar, confiar e expor as nossas necessidades. A fé é o fundamento da nossa vida. Todos têm fé, nem que seja em si próprio. E se essa fé não faz sentido, ela desaba.

Se nós utilizamos a razão para mudar a nossa fé na estrada da vida, por que não usamos a nossa razão para “mudar a nossa fé” com relação à religião?

Muitos dogmas foram quebrados no passado com diversos ícones da História. Jesus, Apóstolo Paulo, Lutero, Einstein, etc. Todos mostraram, embasados na razão, que é possível manter a nossa fé quando temos plena consciência e entendemos em que acreditamos. Entender em que acreditar nada mais é que julgar e compreender o que nos é proposto, e assim, satisfazer o nosso intelecto e consecutivamente a nossa razão.

Quando falamos da espiritualidade, achamos não ser possível unir a fé à razão, pois acreditamos que tudo que está fora da nossa esfera de conhecimento, não é racional. Eu antes diria que ainda não obtivemos conhecimento necessário para compreender o “sobrenatural”. Mas para isso precisamos alimentar o nosso conhecimento para que possamos julgar por nós mesmos, e não pela religião, as novas propostas que nos surgem.

Tomando como base o Cristianismo, podemos citar Jesus como o homem que mais quebrou barreiras e mudou a fé das pessoas com base em novos adventos da razão. Deus enviou a Moisés, ensinou para os homens daquela época que tudo era “olho por olho e dente por dente”. A idéia que os homens tinham de Deus era um ser parcial, devorador e cruel. Para o conhecimento espiritual daqueles homens, naquela época, foi a doutrina que satisfez a razão e conduziu-lhes por vários anos. Porém, mais tarde, Jesus foi enviado dizendo que Deus era infinitamente misericordioso, bondoso e ensinou a pagar o mal com o bem. Isso, de primeiro impacto, gerou um tremendo reboliço na mente da maioria das pessoas, que não compreendiam, pois não fazia sentido para aqueles corações endurecidos. Não satisfazia a razão pagar o mal com o bem. Com o decorrer do tempo, eles foram evoluindo intelectual e moralmente e acabaram entendendo que esse era realmente o caminho. Houve então a primeira grande quebra de paradigma. A abolição da Lei Mosaica.

A fé das pessoas já não estava alicerçada em um Deus parcial, cruel e devorador, mas sobre um Deus brando, humilde, caridoso e justo. Foi um despertar de consciência que veio como água fresca numa seca mortífera - a seca espiritual.

Hoje temos um leque de conhecimento do plano espiritual, provados e comprovados, que são incontestáveis. Milhares de literaturas sérias de caráter filosófico, científico e espiritual (Bíblia, Allan Kardec, Leon Denis, Chico Xavier/André Luiz, Herculano Pires, etc.). Temos a prova de que há materialização de espíritos, reencarnação, comunicação com o plano espiritual, vida após a morte, mediuniade, etc. Tudo está aí, para quem quiser ler e se instruir. Todos que têm humildade e sede de conhecimento obterão o conhecimento, julgarão o conteúdo, provarão, experimentarão e tirarão suas próprias conclusões.

Se hoje as pessoas negam tais fatos, é porque não adquiriram ainda o conhecimento necessário para alimentarem o seu intelecto e, infelizmente, acabam julgando com a razão de uma criança que ainda acredita que a cegonha trás os bebês em seu bico pelos ares.

Falando agora exclusivamente por uma abordagem espiritual, gostaria de parafrasear Jesus; o Mestre disse aos seus discípulos, perto de sua crucificação, que não revelara tudo a respeito do mundo espiritual porque estes não teriam ainda capacidade de compreender. O Mestre disse isso porque sabia da limitação intelectual dos discípulos na época, mas ele arrematou em seguida dizendo que mais tarde enviaria o Consolador, pelo o Espírito de Verdade, para revelar-nos tais coisas. Dito e feito. Através da Doutrina Espírita, que também é a ratificação do Evangelho, veio O Consolador pelo Espírito de Verdade (que é o próprio Jesus) com toda uma falange de trabalhadores espirituais nos ensinando o que já estamos prontos para entender até o momento.

Muitos ainda duvidam, atribuem tal conhecimento ao diabo, como sempre fizeram quando estavam presos aos dogmas do passado. Mas nada melhor que o tempo para fazer com que esse conhecimento já se entranhe na consciência da humanidade e que possam entender vários problemas que assolam a humanidade hoje e não se tem a causa.

Gostaria de finalizar explicando que não estou querendo mudar Deus para satisfazer a nossa razão, muito pelo contrário. Deus é imutável, bem como as suas leis. O que muda é a nossa percepção com relação a Ele, assim tornando nossa fé a cada dia mais inabalável, encarando a razão frente a frente em qualquer época da humanidade.

Gostaria de deixar uma pergunta para reflexão:

"Alguém poderia dizer saber tudo sobre o plano espiritual e mesmo sobre Deus, que ousaria afirmar que não há mais nada a ser revelado à Humanidade?"

Muita Paz!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Quem criou o Diabo, Deus ou o homem?

Até onde sei, de todas as crenças a única que personifica o Diabo como um príncipe do inferno é a Cristã (protestantes e católicos). Todas as outras não o personificam como um ser responsável por lutar com Deus para conquistar as almas dos humanos.


Mas e a resposta à pergunta lançada no título, qual seria o responsável pela criação de uma criatura destas? Levaremos em consideração duas premissas e analisaremos cada uma separadamente. Deus criou o Diabo e O homem criou o Diabo. Vamos lá...


1) Deus criou o Diabo

Todos nós sabemos que Deus tem atributos que NENHUM outro ser tem. Deus é a inteligência suprema do Universo, causa primeira de todas as coisas, eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Todas as leis da natureza são leis divinas, pois Deus é seu autor. Sendo Deus a inteligência suprema, podemos concluir que ele é onisciente. E se Deus é eterno, ele é atemporal. Partindo dessa conclusão, que todos irão concordar, gostaria de conduzir uma linha de pensamento que nos levará a resposta mais lógica e racional. Iremos abordar alguns itens que a Igreja afirma em suas sustentações da existência do Diabo.

O Diabo é um anjo caído: Os anjos são seres perfeitos. Logo se são perfeitos, nunca erram. Tampouco teriam a ousadia de pensar em tomar o lugar do Soberano Deus. Sabendo disso, o Diabo era um anjo?

O Diabo é o príncipe do inferno: Se o Diabo é o príncipe do inferno, Deus criou o inferno e o Diabo, pois Deus é o criador de TODAS as coisas. Vamos analisar com calma duas assertivas que se sustentaram durante séculos.

  • Como se acredita, o Diabo tem o papel de lutar contra Deus para ver quem conquista mais almas na humanidade.
  • Com base no livre arbítrio o Diabo influencia o homem para o mal e, de acordo com o mal que faz, terá sua alma jogada no inferno para sempre.

Ambas as assertivas têm falhas gravíssimas. A primeira delas quebra de uma só vez dois dos atributos de Deus: ser misericordioso e onipotente. Vamos ver como.

Ter misericórdia é perdoar os pecados, dar a chance do arrependimento independente do tamanho do erro. Se um Pai sabe perdoar seus filhos, imagina o Deus que está nos Céus. O Deus Infinitamente misericordioso! Comparar Deus aos homens é dizer que Deus não é Deus. Além disso, onde estaria a Justiça de Deus em cobrar de nós algo que Ele mesmo não cumprisse? Ele não nos ensinou através de Cristo que devemos perdoar nosso irmão setenta vezes sete vezes, ou seja, quantas vezes forem necessárias?

Ser onipotente é ser o único ser poderoso de tudo que existe. O supremo, o maior, o inigualável. De acordo com a antiga crença, o Diabo também tem poderes capaz de influenciar os homens para o mal e levá-lo ao tormento eterno. Se isso fosse verdade, teríamos dois seres com iguais poderes, sendo que um devotado ao bem e outro ao mal. Isso faz sentido pra você?

A segunda falha quebra o atributo da onisciência de Deus. Se Deus criou o Diabo sabendo que ele faria todo esse estardalhaço que a antiga crença diz, onde estaria a bondade de Deus?

Fazendo uma analogia: "Se você tem um filho, você colocaria uma cobra venenosa e traiçoeira para partilhar morada com ele? Se você, que é falho(a) e cheio(a) de erros sabe discernir o que é bom para seu filho, por que Deus não saberia, visto que ele é detentor de toda a sabedoria do universo?"

O Diabo é aquele que tentou Eva: Acreditar que o Diabo tentou Eva é acreditar que Adão e Eva foram os primeiros humanos a habitarem a Terra. Se não existia homem antes destes, o mal também não existia, visto que o mal só foi colocado na humanidade depois que Eva comeu o fruto proibido. Mas essa teoria pode ser quebrada na própria Bíblia onde no livro de Gênesis é dito que Caim, após matar Abel foi para outra cidade onde tomou sua esposa e teve filhos. Se Adão e Eva só tiveram Caim, Abel e Seth, que terra seria essa que já tinha habitantes? Com certeza a intenção de Moisés ao ser inspirado por Deus para psicografar tal acontecimento, foi ter pensado numa forma de tentar ensinar o povo (ignorante) da época o princípio da criação do planeta somente, visto que naquela época eles nem imaginavam que existia o universo tampouco outros planetas e jamais poderiam compreender essa imensidão - que também é criação Divina.

Não paramos por aí, ainda com relação ao estabelecimento do mal na humanidade, cronologicamente, desde Adão até Jesus Cristo temos aproximadamente quatro mil anos, onde aproximados seis mil anos seria a idade do planeta Terra. E a História diz (e comprova arqueologicamente) que a Terra já era habitada por homens na Pré-História há mais de trezentos mil anos. Certamente estes homens (selvagens) que viveram na Pré-História brigavam entre si por alimento, por sexo, por territórios devido ao nível de evolução moral ser muito baixo. Se o mal não existisse nessa época, o homem viveria pacificamente sem precisar brigar por nada e nem seriam selvagens. Onde então foi criado o mal da humanidade?

Você já consegue imaginar Deus criando o Diabo?

Vamos para a outra abordagem.



2) O homem criou o Diabo

Como sabemos, a Bíblia tem centenas de citações que variam entre os seguintes termos: Diabo, Demônio e Satanás. Todos esses termos têm significados que expressam algo totalmente diferente do que é dito pela doutrina católica e protestante. Vamos a elas:

Diabo: tudo que é contrário a Deus. A luxúria, a ganância, o adultério, etc.

Demônio: originado do grego daemon. Significa espírito e pode ser bom ou mal. Pelo fato de o Novo Testamento ter sido escrito em grego, utilizou-se este termo;

Satanás: é a representação de tudo que é mal. Todas as escolhas erradas que o homem faz. O Satanás é o mal, como também o é o diabo;

E de onde vem aquele homem de chifres, vermelho, que tem rabo de seta e usa um tridente? Boa pergunta...

A Igreja Católica por acreditar ser a única de Cristo, queria que todos fizessem parte dela. E os santíssimos papas nos diversos conselhos que houveram, decidiram fazer um mix dos deuses pagãos e de outras crenças (contrárias ao catolicismo) para criar um ser horrendo que as pessoas tivessem medo, isso por volta do século III. Daí criou-se a encarnação de Satanás e o inferno de fogo ardente. A igreja pregava que todos os que professavam uma fé diferente daquela habitaria no inferno para sempre sendo tentado por Satanás no inferno. Além de fiéis, ganhou muito, mas muito dinheiro sustentando essa mentira no decorrer dos séculos (pesquisar sobre a Reforma de Lutero).

Depois disso o Diabo tomou diversas outras formas, onde uma delas foi a representação racista de um homem negro de barbas. Isso devido às crenças afro-descendentes não serem monoteístas e não professarem a mesma fé católica. Daí então se atribuiu outros nomes ao Diabo como, por exemplo, Exú, Tranca-Rua, entre outros, para representarem as entidades afro-religiosas deturpando o seu real sentido.

E agora que você sabe disso, consegue uma resposta à pergunta lançada? Quem criou o Diabo, Deus ou o homem?

Então quem faz o mal afinal?

O mal quem faz é o próprio homem em suas escolhas erradas. Ele, com o seu livre arbítrio, escolhe um caminho diferente daquele que segue a perfeição divina. Escolhe caminhos que ao invés de levarem a Deus, levam-no à sensualidade, ao materialismo, à ganância e toda sorte de sentimentos que nos distancia da Divina Providência. Mas devido à infinita misericórdia de Deus, o perdão sempre nos é dado e uma nova chance de pagar por nossos pecados é concedida, seja nessa ou noutra vida. (Vide Reencarnação: uma questão de Justiça).

Claro que também somos tentados por espíritos infelizes e imperfeitos. Assim como existem homens que não gostam de ver o nosso sucesso, os espíritos, que nada mais são que as almas dos homens, também não ficam satisfeitos quando estamos no caminho correto e tentam de toda forma nos influenciar para o mal. Mas com o nosso avanço intelecto-espiritual nós ficaremos menos susceptíveis a essas tentações. A prece, no nosso estado atual de evolução, é o meio mais eficaz de nos abstermos dessas más influências.

Muita Paz!

domingo, 8 de julho de 2007

Anjos: Seres a parte da criação?

Os anjos estão presentes em diversas crenças, principalmente no protestantismo e no catolicismo onde exercem um papel fundamental. Para estes, os anjos são seres perfeitos, puros e trabalham em prol da vontade divina. Que são perfeitos e trabalham para o Grande Arquiteto do Universo, não há dúvida, mas será que eles sempre foram perfeitos desde a fundação do mundo?

Crer que os anjos são e sempre foram seres perfeitos é acreditar que Deus tem predileção entre seus filhos. Como Deus é justo, certamente ele não tem preferência por ninguém, mas ama a todos igualmente. Todos são seus filhos e fomos criados com o mesmo objetivo: evoluir rumo à perfeição.

Os anjos nada mais são que espíritos que caminharam na escalada evolutiva antes de nós, que optaram por andarem em um caminho reto e, finalmente, alcançaram o objetivo do Grande Deus. Os anjos são espíritos (em essência) iguais a nós, porém com um avanço intelectual e moral muito maior do que o nosso.

Por que os anjos não sofrem aqui na Terra? Para essa pergunta a resposta é simples. Ou eles já eram evoluídos no momento da criação do mundo ou já percorreram a estrada da evolução antes de nós. Por isso, o sofrimento deles consistem unicamente em nos ajudar a caminhar no mesmo caminho que eles caminharam um dia. Sofrem cada vez que nos desviamos do caminho e ficam felizes a cada degrau que subimos nessa escada tão longa. Então, de certa forma, eles ainda sofrem conosco. E muito!

Para a teoria puramente Criacionista os anjos são seres que optaram por não se infectarem com a maldade do Lúcifer, anjo que seria responsável pela queda de terça parte dos anjos do céu por querer passar a frente de Deus. Porém, para essa teoria eu tenho alguns argumentos que creio serem suficientes para provar que o sentido dado a essa alegoria não está correta.

Para Deus, existem diversos atributos, onde um deles é ser Onisciente. Ser Onicisciente é o mesmo que dizer que é único sabedor de todas as coisas. Além de ser atemporal, ou seja, um Ser que não tem as limitações do tempo. Juntando a Onisciência com a Atemporalidade, podemos prever com total certeza o que o futuro nos reserva. Com tais atributos saberíamos de antemão que ao criarmos um ser, saberíamos toda a vida dele, toda a estrada que ele percorreria, decisões, de todo o seu futuro. Logo Deus sabia que o tal Lúcifer iria se rebelar contra ele. E mais, que levaria parte do Seu rebanho para a inferioridade do homem. Por que então criariar-se-ia um ser que arrebanharia para o mal os Seus filhos? Seria o mesmo que um pai criar um leão no quintal de casa com seus filhos. E a Onisciência? E a Atemporalidade? Onde ficam? E os que foram fracos e influenciados para o mal, seriam jogados no inferno de chama de fogo ardente para arderem eternamente? Deus por acaso é um homem tomado pela vingança igual a nós, seres terráqueos?

Pensarmos que somos anjos caídos não está condizente com os atributos de Deus. A interpretação dada à Palavra de Deus já levantou guerras e guerras, já enganou muita gente e levou bastante gente pra fogueira. Isso por não usarem da razão para avaliarem o que realmente estaria escrito nas entrelinhas. Razão esta que é um presente que Deus nos deu para diferenciarmos o que é certo do que é errado.

Digo ainda que Deus nos criou simples e ignorantes, sem qualquer resquício de maldade ou bondade. Fomos criados sua forma e semelhança (em espírito) e começamos a caminhar na estrada da evolução. De acordo com o livre-arbítrio que Ele nos concedeu, fizemos as nossas escolhas, tanto para o bem quanto para o mal. E hoje estamos aqui. Se sofremos, é único e exclusivamente por nosso merecimento pois, em algum tempo de nossa existência fizemos as escolhas erradas e estamos aqui para corrigí-las e chegarmos ao status de anjo em algum dia da eternidade.

Muita Paz!

sábado, 7 de julho de 2007

A Obsessão

Como falamos no nosso último artigo sobre Desejo & Vontade, gostaria de considerar neste artigo algo que muitas vezes nos desviam dos bons desejos e até mesmo nos induzem aos maus. Falaremos da Obsessão.

A obsessão é um termo utilizado pela Doutrina Espírita para explicar a causa de certos problemas que acontecem com o homem, seja físico ou psicológico e que aparentemente são inexplicáveis sem tal conhecimento que exporemos aqui.

A obsessão se dá quando um Espírito age sobre outro fazendo com que o obsediado seja influenciado negativamente e, muitas vezes, inferindo no livre arbítrio. O obsessor é um Espírito imperfeito que tem vontade de fazer o mal ou simplesmente de incomodar, dependendo do quão imperfeito é este Espírito.

A obsessão pode se dar de Espirito encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e de desencarnado para desencarnado. Nos limitaremos em falar sobre os que acontecem do "lado de lá pro lado de cá", ou seja, do desencarnado para o encarnado.

Problemas como o mau humor crônico, dores de cabeça constantes sem causa, impaciência, intransigência, aparentes problemas de personalidade, atitudes insensatas, etc., quando não são encontradas as causas através da medicina/psicologia convencional, podem ser resultados da obsessão. Muitas vezes o obsediado sabe que o é, outras vezes terceiros precisam notar a obsessão e agir para a cura, mas como?

Para combater a obsessão, a arma infalível é a oração. Independente do tipo de obsessão (obsessão simples, fascinação ou subjugação. leia mais... ), a "dose" de oração será eficiente no combate ao mal que deverá não só levar em conta a libertação do obsediado, mas também o esclarecimento espiritual do obsessor.

Sabido isto, podemos notar que certas atitudes, pensamentos e crises de personalidade podem ser o resultado de uma obsessão. Já te aconteceu de falar ou fazer algo que depois tenha concluído: "Eu não queria fazer isso, mas fiz.". Isso é um caso em que podemos ter sido influenciados negativamente por um espírito obsessor. Lembrando do Evangelho, podemos concluir a razão de Cristo, que conhecia tanto o plano material quanto o espiritual, ter dito: "orai e vigiai para não cairdes em tentação". Sábias palavras que alcançam muito mais que os nossos olhos e mente podem (ou poderiam) alcançar.

Oremos e vigiemos! Façamos a cada dia um renovo espiritual, equilibrando nossas vibrações, fazendo de nós uma fonte de energias positivas a fim de regarmos o espírito do nosso irmão, praticando assim a caridade. Com nossas energias espirituais harmonizadas abriremos terreno para os Bons Espíritos agirem sobre nós, esclarecendo-nos de nossa missão aqui na Terra e nos ajudando nos momentos difíceis.

Lembre-se, somos vitmas dos espíritos imperfeitos somente quando nos colocamos no mesmo padrão vibracional deles. Portanto, orai e vigiai.

Muita Paz!

domingo, 1 de julho de 2007

Desejo & Vontade: Uma abordagem filosófico-espiritual

Desejo: cobiça; propósito, intuito;
Vontade: potência ou faculdade interior, em virtude da qual o homem se determina a fazer ou não fazer alguma coisa; convicção;

Pela definição dada acima, qual a diferença básica entre o desejo e a vontade? Pense por alguns segundos. Que desejos você sente? E vontades? Entre o que você deseja e o que você tem vontade, qual dos dois é mais intenso? Qual que mais lhe instiga o Ser de realizá-lo? Sem dúvida, a vontade.

Deparo-me a cada dia com pessoas com muitas e boas intenções. Seja para trabalhar bem durante uma semana, para agradar a esposa, ajudar um amigo a executar um determinado trabalho, para fazer o trabalho de casa e, principalmente, para fazer o bem ao próximo. Elas têm o desejo, mas será que têm a vontade?

Durante minha vida, nesta existência, conheci poucas pessoas que realmente tinham vontade. Pessoas empenhadas em alguma atividade, seja ela de cunho pessoal, profissional ou religioso. Estas pessoas, que geralmente são exemplos, têm uma força interior que contagiam os que as circundam, têm uma tendência a serem revolucionárias e têm um perfil de liderança servidora, ou seja, lideram, em suas maioria, pelo exemplo.

Apesar destes sentimentos estarem sendo expostos per si, estão intimamente ligados, vejamos.
  • Para a Filosofia, o desejo é um sentimento que o homem carrega e que lhe induz a realizar algo que venha lhe trazer algum tipo de satisfação consciente, insconsciente ou reprimida.
  • A vontade é a capacidade da qual tomamos posição perante algo que nos aparece. Diante de um fato, podemos desejá-lo ou rejeitá-lo, de um pensamento negá-lo ou aceitá-lo.
A todos os momentos somos influenciados pelas vibrações espirituais, seja dos bons ou maus espíritos, onde cada uma se dá de acordo com a nossa evolução moral. Se temos tendência para o bem, as maiores influências são benéficas, caso contrário malévolas. Muitas vezes somos intuídos de sentimentos que nos geram desejos benéficos, e deixamos de praticá-los por falta de vontade. Um exemplo que, acredito eu, já tenha acontecido com muita gente é quando estamos andando na rua vimos uma pessoa que nos pede ajuda, sentimos algo dizendo dentro do nosso Ser para ajudá-la, mas não a ajudamos. De fato, sentimos o desejo. Caso tenhamos ajudado, o desejo tornou-se vontade.

Dadas estas definições e exemplos, convido-vos a pararmos e pensarmos um pouco... Façamos uma breve retrospectiva ao último artigo sobre o amor e, fazendo um mix com este, raciocinemos.

Nós vimos que o principal meio de alcançar algo de bom no final vida, seja o Céu, o Cosmos, a Inteligência Suprema ou qualquer outra coisa/lugar que você acredite ter após o seu desencarne, é que você seja um real praticante da caridade, em outras palavras, seja bom, seja moralmente superior às imperfeições da vida. Deve seguir o exemplo de seus líderes, no caso do Cristianismo (razão da minha fé) o exemplo do amigo Jesus Cristo. Praticar o amor, em toda sua completude, é difícil e complicado. Requer muito de nós. Para que possamos praticá-lo na sua essência precisamos do desejo do bem. Sentindo tal desejo já é um grande avanço, pois nem todos o tem. Mas existe um porém: só desejar praticar o bem não é o suficiente, tem que pô-lo em prática. Mas o que precisamos fazer para pô-lo em prática? Ter vontade!

Para termos esse tipo de vontade precisamos de algo um pouco mais complicado: a reforma íntima. Para alcançarmos essa reforma íntima temos que lembrar das palavras de Sócrates quando dizia: "Homem, conhece-te a ti mesmo". Com o conhecimento do nosso Ser, ou seja, de nós mesmos, olharemos sem o véu da arrogância os defeitos que agarraram-se a nós como ervas daninhas, olharemos as nossas imperfeições que suja a nossa vestimenta que tanto nos diferem dos grandes mártires que passaram pela Terra. Com a humildade notaremos a necessidade de mudança e agiremos, novamente, com desejo e vontade de mudar esse estado espiritual. Com esse desejo e vontade de mudança interior postos em prática, aí sim, estaremos aptos a começar a tentar praticar a caridade para com os outros, pois com o nosso "eu" fora de sintonia, sem amarmos a nós mesmos, não seríamos capazes de amar o próximo.

Reflita!

Que a Paz esteja convosco!