domingo, 22 de setembro de 2013

Educação

Disse-nos o Cristo: “brilhe vossa luz ...” (Mateus, 5:16) 

E ele mesmo, o Mestre Divino, é a nossa divina luz na evolução planetária. 

Admitia-se antigamente que a recomendação do Senhor fosse mero aviso de essência mística, conclamando profitentes do Culto externo da escola religiosa a suposto relevo individual, depois da morte, na imaginária corte celeste. 

Hoje, no entanto, reconhecemos que a lição de Jesus deve ser aplicada em todas as condições, todos os dias. 

A própria ciência terrena atual reconhece a presença da luz em toda parte. 

O corpo humano, devidamente estudado, revelou-se, não mais como matéria coesa, senão espécie de veículo energético, estruturado em partículas infinitesimais que se atraem e se repelem, reciprocamente, com o efeito de microscópicas explosões de luz. 

A Química, a Física e a Astronomia demonstram que o homem terrestre mora num reino entrecortado de raios. 

Na intimidade desse glorioso império da energia, temos os raios mentais condicionando os elementos em que a vida se expressa. 

O pensamento é força criativa, a exteriorizar-se, da criatura que o gera, por intermédio de ondas sutis, em circuitos de ação e reação no tempo, sendo tão mensurável como o fotônio que, arrojado pelo fulcro luminescente que o produz, percorre o espaço com Velocidade determinada, sustentando o hausto fulgurante da Criação. 

A mente humana é um espelho de luz, emitindo raios e assimilando-os, repetimos. 

Esse espelho, entretanto, jaz mais ou menos prisioneiro nas sombras espessas da ignorância, à maneira de pedra valiosa incrustada no cascalho da furna ou nas anfractuosidades do precipício. Para que retrate a irradiação celeste e lance de si mesmo o próprio brilho, é indispensável se desentrance das trevas, à custa do esmeril do trabalho. 

Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação para todos os seres. 

Lembremo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos: “Brilhe vossa luz.” 

Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena. 

E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento. 

Mas a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a Vida Gloriosa e transformar, conseqüentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e sublimação.

Livro: Pensamento e Vida
Autor: Chico Xavier (Espírito Emmanuel)
Capítulo: 5

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Reino dos Céus

Muitos anos têm se passado e a ideia de um Reino dos Céus circunscrito a um local permanece entranhada na mente das pessoas menos esclarecidas. Grandes tribulações têm enfrentado por conta de não terem se dado o trabalho de raciocinar a respeito, pois para isso é preciso um mergulho profundo no ser e desfazer dogmas que hoje se fazem de suporte para sua vida. Todavia, se o  homem é feliz com essa visão de que o Reino dos Céus anunciado por Jesus é circunscrito a um local, por favor, fiquem com suas convicções e continuem trabalhando no bem do próximo. Se você procura uma forma diferente de entender esta grande anunciação repetida por Cristo, abra sua mente e coração para que raios de luz possam iluminar a sua alma e trazer-lhe um pouco mais de amparo e consolo.

Antes de mais nada, não é demais rememorar que o homem vive esta vida uma só vez, como disse Paulo na carta aos Hebreus. Mas, como o próprio Mestre Nazareno já havia nos dito, o homem precisa nascer de novo para ver e adentrar no Reino dos Céus. A reencarnação, porém é a fechadura para a chave deste Reino. A chave, que falaremos mais adiante, é a que nos franqueará a entrada no tão esperado e sonhado Reino dos Céus.

A Doutrina dos Espíritos, codificada pelo Mestre Lionês, Allan Kardec, é bastante clara quando nos assegura que não é possível, dada a Bondade e Justiça Divina, existir um local onde as pessoas seriam destinadas ao sofrimento eterno (inferno) nem à eterna contemplação (céu). Por isso, não nos delongaremos aqui. Recomendamos para este fim, que o leitor procure o livro do autor supracitado chamado O Céu e o Inferno, onde este e outros temas serão descortinados para o que procura uma visão bastante clara a esse respeito.

Retomando o raciocínio, a chave para o Reino dos Céus não é uma chave de fácil acesso. Todos conseguimos vê-la, mas nem todos temos ou coragem ou força para, facilmente, pegá-la e abrir o nosso caminho para o Reino dos Céus. Sócrates, quando visitava o oráculo de Delfos, entendeu quando leu escrito no templo, que o homem deve conhecer a si mesmo. Esse conhecimento é a chave. Sim! A chave para o Reino dos Céus.

Quando estamos dispostos a mergulharmos no nosso ser, encontrarmos os nossos monstros, nossas fraquezas e as imperfeições que carregamos, podemos ter duas alternativas. A primeira é a de olhar, tomar conhecimento delas e simplesmente permanecer estático, sem tomar qualquer atitude ou decisão para mudar. A outra, é aquela onde colocamos a luz sobre o alqueire e começamos a iluminar as sombras, como já dizia Carl Gustav Jung, que existe em nós.

A luz vai penetrando o nosso Ser, fazendo-nos compreender a vida de um patamar que antes não compreendíamos. Compreenderemos com ainda mais clareza quem somos nós, o que fazemos aqui, porque temos a família que hoje partilhamos o convívio, entenderemos o motivo de passarmos pelas provações que hoje passamos e, por mais paradoxal que isso possa parecer, agradeceremos a Deus por tudo! Compreenderemos que o Bem é a ferramenta motriz da Humanidade, que ele deve fazer parte do nosso dia-a-dia muito mais do que qualquer outra. O Amor, a Fraternidade, a Humanidade aflorará no nosso Ser, seremos pessoas mais leves, felizes, amigáveis e irradiaremos luz para os que chegam até nós, com dores, queixumes... Teremos a oportunidade de dar uma palavra amiga e realizarmos a mais nobre Caridade, que é Caridade Moral.

Entenderemos então, que mesmo vivendo em um mundo de expiações e provas, que a Felicidade, com "F" maiúsculo, está presente na nossa vida, apesar de tudo o que nos ocorre, e renderemos Glórias a Deus porque conseguimos entrar no Reino dos Céus! Seremos então como as Garças, que apesar de andarem em lodaçais, seus pés ficam sujos, mais suas penas, essas ficam alvas e brilhantes, como o raio do sol.

O Reino dos Céus não é deste mundo, já dizia o Mestre, porque não está circunscrito aqui ou acolá. Ele está dentro de cada um de nós, como relatou Tomé em seu Evangelho, considerado apócrifo. O Reino dos Céus é uma condição, não um local. E a cada vida que nós vivemos, mais luz vamos trazendo às nossas sombras, tornando-nos mais e mais felizes e penetrando ainda mais o Reino dos Céus, tão anunciado por Jesus e desejado por todos nós.

Caro amigo, o que você tem feito para alcançar o Reino dos Céus na sua vida?

Muita Paz!