sexta-feira, 11 de abril de 2008

Lei de justiça, amor e caridade

875) Como se pode definir a justiça?
– A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.

O senso de Justiça é natural no ser humano. Isso é tão verdade que, tirando os psicopatas, as pessoas se sentem revoltadas quando vêem injustiças ocorrerem. O progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas nada tem a ver com o progresso intelectual. Por isso, não raramente, enxergamos em homens simples e primitivos senso de justiça mais aguçados do que nos outros.

Apesar de comum, o senso de justiça pode ser diferente para um e outro. Às vezes um acha justo o que o outro acha injusto. É como a questão "Gosto não se discute", mas em se tratando de justiça, não há o que discutir. Ou é ou não é justo. Se assim não fosse, não existiriam leis de justiça para julgar o povo. Sinal de que o o senso comum aponta para uma única interpretanção do que é justo. Entretanto, de acordo com o progresso de cada um, pessoas podem enxergar justiça onde na verdade não existe. Isso é fruto de um falso ponto de vista.

"Não façais aos outros o que não quereis que vos façam" é a melhor frase que expressa o verdadeiro senso de justiça. Quando estamos preocupados em seguir o caminho que nos leva ao céu, quando estamos em uma situação que não sabemos como agir, essa é a máxima que deve ser levada em consideração. Pense o seguinte: "seria justo se isso acontecesse comigo?"

886) Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade como a entendia Jesus?
– Benevolência com todos, indulgência com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

A caridade não se limita a esmola ou a beneficiar outros com artigos materiais, que a traça corrói. Como os espíritos disseram, trazendo novamente os ensinamentos do Mestre de forma mais contemporânea para homens mais intelectuais do que os de dois mil anos atrás, a benevolência, indulgência e o perdão é o que consiste a caridade que tanto nos cobramos, mas nem sempre sabemos como pô-la em prática.

Para encerrar essa safra, quero colocar uma mensagem de São Vicente de Paulo sobre a Caridade que se encontra no Lívro dos Espíritos, pergunta 888.

"A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente, tanto no ato quanto na forma. Um serviço que nos é oferecido com delicadeza tem seu valor aumentado; mas se é feito com ostentação, a necessidade pode fazer com que seja aceito, porém o coração não se sente tocado.

Lembrai-vos também que a ostentação tira, aos olhos de Deus, o mérito do benefício. Jesus ensinou: “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”, ensinando a não ofuscar a caridade com o orgulho.

É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é aquele que pede; o temor da humilhação tolhe o verdadeiro pobre, que sofre sem se lamentar; é a esse que o homem verdadeiramente humano deve procurar sem ostentação.

Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei. Lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

Nunca vos esqueçais de que o Espírito, seja qual for seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir.

Sede caridosos, praticando não apenas a caridade que tira do bolso a esmola que dais friamente àquele que ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos de vossos semelhantes. Em vez de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede doces e benevolentes para todos que são inferiores; sede doces e benevolentes mesmo em relação aos seres mais insignificantes da criação e tereis obedecido à lei de Deus."

Um comentário:

  1. Infelizmente muitas pessoas "matam" a justiça justamente para obter benefício próprio. Existem pessoas que acham que só existe justiça quando existe benefício apenas para eles mesmos, sem pensar que poderia estar prejudicando os outros.

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