quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Espiritismo e os Fatos

O ponto em que o Espiritismo se apóia, que para uns pode ser questão de fé, é a possibilidade de comunicação com Espíritos que outrora viveram no plano terrestre como homens encarnados. Este ponto, por si só já é um fato que a Ciência, cega, não consegue nem provar nem refutar.

Podemos citar, por força do hábito, o mais famoso caso de comunicabilidade com os Espíritos desencarnados através da mediunidade do nosso saudoso Chico Xavier. A sua mediunidade, por ser mais ostensiva que a maioria dos médiuns conhecidos, brindava-nos não só com livros e mensagens magníficas de além-túmulo, mas também nos dá provas irrefutáveis de que ele servia de intermediário para a comunicação dos ditos falecidos com os seus entes queridos ainda em missão na Terra. Este é, acho que para os que não partilham da idéia Espírita, o mais conhecido fato que compõe o acervo de fatos que a própria Natureza nos mostra.

Podemos também rememorar os fatos das mesas girantes, que no século XIX serviu para Allan Kardec como ponto de partida para a codificação da Doutrina Espírita. Como este, centenas de milhares de outros casos podem ser vistos na História, muitas vezes atribuídos ao demônio, capeta, diabo ou satanás, que sabemos que nada mais foram, algumas das vezes, homens de moral duvidosa que habitaram corpos materiais e, após encerrar a atividade orgânica, não os tornavam santos na ultra tumba, permanecendo obsedando a sociedade.

Para não nos determos no perímetro do Espiritismo, podemos citar diversos cientistas, despojados da visão cartesiana que lhes são peculiar, pesquisam milhares de casos que sugerem a reencarnação nos quatro cantos do mundo. Um deles é Ian Stevenson, notável cientista que reuniu centenas de casos que sugerem não só a reencarnação mas também as Experiências de Quase Morte (EQM). Podemos citar também o filme espiritualista, Minha Vida em Outra Vida, baseado em fatos reais, que também é bastante esclarecedor com relação ao tema reencarnação.

Podemos também citar o cientista inglês William Crookes, que com suas experiências interagiu em plano físico com um espírito materializado de alguém que se denominava Katie King, inclusive eu recomendo fortemente àqueles que não acreditam no pós-vida, que pesquisem e leiam sobre este magnífico e corajoso cientista, que nos ofertou tão rico material de estudo.

Por fim, deixo-vos aqui um link para alguns vídeos, que foram transmitidos pela Discovery Channel, que falam justamente sobre algumas evidências que, para nós Espíritas, são provas irrefutáveis da Reencarnação.

Este post é uma resposta ao comentário do nosso amigo Magno ao post A Bíblia e o Espiritismo.

Os links contidos neste post são apenas referências para aquelas almas sequiosas de informações terem um ponto de partida para pesquisas mais dedicadas e aprofundadas.

7 comentários:

  1. Ramon, você abre o post citando a possibilidade de comunicação com espíritos como um fato que a ciência não consegue nem provar nem refutar. Eu particularmente acredito na possibilidade dessa comunicação, mas há de convir que não é papel da ciência fornecer a prova de que a comunicação, já que o ônus da prova cabe a quem afirma, ou seja, os que acreditam na comunicação deveriam ser capazes de fornecer um experimento reprodutível de comunicação espiritual e que possa ser reproduzido por pessoas que não compartilham das idéias do Espiritismo (pelo menos, deveria ser assim para ser aceito como prova científica).

    Sobre as mesas girantes, no último parágrafo do mesmo artigo citado da Wikipédia diz que apesar de alguns casos favorecerem a explicação espírita sobre o assunto, ocorreram diversas fraudes que afetaram a credibilidade do fenômeno. Além do que Michael Faraday fez um experimento na época para explicá-las sob a luz do Efeito Ideomotor.

    Em relação ao Ian Stevenson, tanto os críticos quanto os adepstos da hipótese dele concordam que não existe um processo físico conhecido que permitisse a personalidade passar de um corpo para outro; além do que a maioria das pessoas não se lembra das vidas passadas, a maioria das que se lembram são crianças e se esquecem após os 7 anos.

    Sobre as EQMs, pode-se dizer que apenas uma parcela bem pequena das pessoas que passam pelo processo de reanimação experimentam o fenômeno, além do que é possível simular experiências semelhantes através de medicamentos.

    Confesso que não conheço a história do filme citado, nem as experiências de William Crookes, mas prometo dar uma lida sobre o assunto para me informar mais.

    Mas como afirmei em meu comentário sobre o post "A Bíblia e o Espiritismo", acho complicado falarmos sobre fatos quando o que temos são evidências, e que não são simples de reproduzir em um ambiente controlado.

    De qualquer forma gostei bastante do post, onde tive a oportunidade de aprender um pouco mais sobre o espiritismo.

    Abraços.

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  2. A reprodução em laboratório não é a única forma de provar algo. E diferente de você, creio que a responsabilidade de provar tal comunicabilidade é de quem discorda, provando a sua inexistência (ficamos num ciclo aqui). Ainda sobre a reprodução do fenômeno, a própria Astronomia é uma ciência aceita pela comunidade e não reprodutível, porque se trata de uma ciência de observação, assim como o é um aspecto do Espiritismo. Somado a isso, devemos considerar que tratamos de Espíritos, que possuem vontade e não se submeterão a nossa vontade simplesmente por algumas pessoas neles não acreditar. É como se pedíssemos que, vulgarmente comparando, Einstein explicasse a Teoria da Relatividade para pessoas que não tem algum conhecimento de física, matemática e astronomia.

    Sobre as mesas girantes, você está correto, muitas fraudes houveram na época, e existem até hoje no que tange a mediunidade. Mas isso não tira o crédito do fenômeno, um estudo e observação mais séria esclarecerão qualquer dúvida a respeito do tema.

    Citei Ian Stevenson, porque ele é um dos cientistas que nos fornece material para estudar o tema reencarnação. Eles não tem como provar, porque ainda não chegaram ao ponto de provar a existência do Espírito, que é o que transmuta entre corpos.

    Um fato curioso, com relação às crianças que se relembram das vidas apenas durante os 7 primeiros anos de vida, existe, não me lembro se no Livro dos Espíritos, tal explicação: o Espírito tem um laço mais "afrouxado" com o corpo que habita. Nesse período, em alguns momentos, tem a memória das vidas anteriores, já que sua "memória física atual" ainda não está plenamente desenvolvida, dando brechas para a "memória do espírito". A seguinte seção do Livro dos Espíritos esclarece um pouco sobre isso, mas não fala exatamente dos 7 anos primeiros: http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/le/le-2-07.html#1.6

    Da mesma forma que a mediunidade, não é todo mundo que experimenta a EQM. Médium, todos são, mas uns tem a organização física mais sensível para tais comunicações. Existem sim, alguns fenômenos que podem ser reproduzidos com remédios que sugerem a EQM, porém, não conseguem explicar como eles conseguem ver o corpo de cima, ditar conversas que ouviram durante uma cirurgia, por exemplo, e/ou citar detalhadamente o processo de cirurgia como se fosse um estagiário espectador. Como vê, a reprodução ainda não é fidedigna ao fato.

    Com relação a William Crookes, realmente é muitíssimo interessante e vale a pena estudá-lo.

    Obrigado pela sua participação, e no que eu puder ser útil, estou à disposição.

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  3. Ainda sobre o Efeito Ideomotor, nada tem em relação ao fenômeno das mesas girantes, visto que aquele trata-se dos movimentos corporais involuntários e inconscientes. O fenômeno das mesas girantes trata-se do movimento de objetos pesados que se movimentavam sozinhos, ficavam suspensos no ar sem a ajuda de qualquer pessoa ou acessório, etc.

    Para se saber mais sobre esse tema, sugiro a pesquisa do tema Fenômenos de Efeitos Físicos. Sobre esse tema, temos o seguinte vídeo do YouTube que poderá esclarecer, mas um estudo aprofundado se faz necessário. http://www.youtube.com/watch?v=ZmZAR4eUnX0

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  4. Ramon, a Astronomia não é reprodutível dada a magnitude dos objetos de estudo, mas os fenômenos de interação entre corpos celestes e o estudo das partículas e radiações emitidas por eles são reprodutíveis em laboratório pela Física Experimental. Existe uma pequena parte da Astronomia que não possui comprovação, mas por isso é chamada de Astronomia Teórica.

    Para ser aceito como fato na comunidade científica, um fenômeno natural tem de ser reprodutível. Se não o for, fica no campo das hipóteses, até que alguém prove ou refute. Sem método científico, nada de fato, pelo menos para eles.

    Entendo a afirmação de que os Espíritos, sendo entidades inteligentes, manifestam-se quando querem. Mas há de convir que não facilita uam comprovação mais contundente, pelo menos do ponto de vista científico positivista.

    Interessante essa explicação sobre o aumento progressivo da "identificação" do espírito com o corpo, dificultando assim as memórias de vidas passadas.

    Quanto as EQMs, realmente vai ser difícil termos relatos não anedóticos sobre o assunto, já que dificilmente será permitido fazer experimentos científicos que induzam em ambiente controlado a morte temporária em pacientes e posterior reanimação, apenas para verificação se o relato da EQM bate com o que aconteceu durante o período em que o paciente esteve morto.

    Eu citei o efeito ideomotor porque tinha entendido que o fenômeno que você chamou de mesas girantes se referissem as corriqueiras reuniões que ocorriam nos meados do século XIX na alta sociedade européia onde as pessoas se reuniam em torno de uma mesa e faziam perguntas a ela, e a mesa aparentemente respondia através de uma série de tremores onde a quantidade de batidas no solo correspondia a respostas estipuladas como sim, não e talvez. Achei que era o equivalente vitoriano a famigerada "brincadeira do copo", e que foi desmistificada por um experimento do conhecido físico Michael Faraday, onde ele provou que as pessoas involuntariamente moviam os objetos para que as expectativas delas acontecessem. Quanto a objeto ficar suspenso no ar, sem ter nenhuma pessoa próxima a ele, realmente não tem nada a ver. Eu tenho que ler os relatos sobre esse assunto.

    Vou depois com calma assistir o vídeo e ler um pouco mais sobre o assunto para podermos continuar a debater.

    Abraços.

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  5. Você tem razão quanto aos fenômenos atronômicos de menores proporções. Fico feliz também que você tenha partilhado da minha opinião (que tomei da Doutrina Espírita) com relação ao Espírito ser uma inteligência e não ter a obrigação de estar disponível a diversos experimentos, achei que o exemplo de Einstein não coube tão bem...

    Das mesas girantes, das comunidades Européias, é exatamente a qual me referi. Fenômenos não só de batidas, mas diversos outros eram presenciados. Caso se interesse, na parte introdutória de O Livro dos Espíritos tem um relato de como Kardec se interessou por tal fato. Esse fenômeno não se via só na Europa, mas também nos Estados Unidados, para onde Kardec se deslocou para estudar tais fenômenos.

    Ah.. Eu tava dando uma lida sobre o Efeito Ideomotor, e neste breve estudo, vi que a tal teoria não é bem aceita mesmo entre os cientistas, sob o argumento de não explicar alguns fenômenos parapsicológicos, ou como entendemos na Doutrina Espírita, mediúnicos.

    Existem alguns fenômenos mediúnicos que são muito passíveis de fraude, como o do copo, por exemplo. Tal fenômeno depende muito da integridade moral do médium par que o fenômeno transcorra de forma natural, por isso, esse argumento não é muito utilizado para comprovar a ação dos espíritos no mundo material.

    Gostaria de ressaltar que até o momento, estamos debatendo apenas o aspecto científico do Espiritismo. Ao observador valeria um estudo sobre os demais aspectos da Doutrina Consoladora, que são Filosofia e Religião.

    A Doutrina não tem somente a incumbência de explicar fenômenos naturais que durante muitos anos ficaram enclausurados no misticismo e/ou no domínio de poucos, o Espiritismo também tem o papel de, através de uma releitura do Evangelho de Cristo, dar possibilidade ao Homem de se tornar melhor, progredindo moralmente e, consequentemente, tornando a Humanidade voltada ao Bem Maior.

    Abraços!

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  6. Eu devo admitir que conheço de forma bastante superficial o espiritismo, principalmente através das conversas que tive ao longo dos anos com alguns amigos meus que seguem a doutrina. Admiro bastante o aspecto filosófico/religioso dela, mas confesso que sempre me incomodei um pouco com a afirmação sobre esse aspecto científico da mesma.

    Eu me considero bastante cético quanto a idéia de existir uma religião com provas concretas para embasar suas crenças, até porque a maioria dos fiéis das mais variadas religiões não tem o preparo ou conhecimento adequado para a aplicação do método científico. Não que isso seja ruim, afinal de contas considero que a fé é um componente quintessencial de todas as religiões, e que justamente a ausência de várias respostas para os enigmas essenciais da condição humana nos fazem voltar para as explicações metafísicas e acreditar em coisas improváveis. Por isso fiquei curioso em saber quais seriam os fatos que serviam para a sua convicção sobre o espiritismo.

    No final das contas, vejo que as evidências apontadas causam ainda bastante polêmica e não há um consenso entre a comunidade científica sobre elas.

    Então acho que não seria exagero afirmar, pelo menos através de um ponto de vista cartesiano, que ainda tem algum componente de fé na base da sua crença.

    Imagino que quem lê esses meus comentários enfatizando método científico e abordagem positivista em relação ao mundo deve achar que eu sou um materialista, mas posso afirmar que apenas sou curioso.

    Eu ainda irei um dia parar para ler um pouco mais sobre os livros do espiritismo para aprender um pouco mais, afinal de contas, saber mais nunca fez mal.

    Abraços.

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  7. Você falou com bastante propriedade, porém discordo só em uma pequena frase da sua afirmação, que é esta: a maioria dos fiéis das mais variadas religiões não tem o preparo ou conhecimento adequado para a aplicação do método científico.

    Considero sim, muitas pessoas despreparadas para tal, por essas razões se detém somente na questão filosófica e/ou religiosa do Espiritismo. Todavia, existem muitas pessoas, estudiosos sérios e até cientistas Espíritas, que trabalham para tentar mostrar para a Ciência que o Espiritismo está correto em suas afirmações científicas. Só que isso demanda tempo, o Espiritismo só tem 150 anos! Inclusive, na área da Medicina, existe um órgão que tem a responsabilidade de estudar a medicina sob a ótica Espirita.

    Trata-se da AME-BRASIL.

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